quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Desejo e o Amor


Tanto para ajudar, quanto para atrapalhar o amor, existe o desejo.
Desejo, essa coisas que já nasce com a gente, começamos desejando o seio materno. Sem ele, a fome transforma o amor do bebê em ódio, e berros vão ao longe, é o danado do desejo pelo leite, por saciar a fome atrapalhando o amor...
E dessa mesma forma seguimos pela vida a fora, amamos a nós mesmos mas nos sentimos vazios sem ter um outro para dar amor. Se o outro nos falta o nosso amor próprio fica abalado, a auto-estima vai para o espaço.
Quando amamos o outro e somos amados, desejamos carinho, atenção, admiração, sexo... Se isso falta, já achamos que o amor esfriou, questionamos sua essência.
Desejamos também o amor, mas quando ele vem só, parece que falta alguma coisa, parece que não o reconhecemos como tal.
Precisamos sentirmo-nos bem, vivos, amar sim, mas também matar a fome dos desejos, afinal, eles são indícios de que estamos vivos e saudáveis.
Conciliar amor e desejo não é tão difícil, amor platônico é que só se vê em livros...
Até mesmo o amor de mãe tem que vir precedido do desejo da maternidade, pois se a maternidade não é desejada, ou o filho não nasce ou se nasce é desprezado como qualquer coisa que não se deseja.
Parece frio, até cruel essa forma de amar, mas não se enganem, para o amor (seja ele de que tipo for) é necessário que caminhe junto com o desejo, desejo do outro, desejo do próprio amor, desejo de abrir mão de alguns desejos para alcançar outros.
Mas quando unimos amor e desejo: a vida flui; as coisas enriquecem; tudo fica com mais cor e movimento. Não nos deixamos estagnar, deixamos de lado o comodismo, partimos para o “ataque”
Devemos, pois, usar o desejo como mola de propulsão para alavancar a vida, o amor e nossos projetos.
E o amor para alcançarmos o que desejamos com ética, dignidade e humanidade.
Como a o doce da água do rio que encontra o tempero salgado da água do mar, Amor e Desejo devem se completar, para vivermos com brandura e movimento...

Um comentário:

  1. O Amor não é belo e bom.

    Se o amor não é belo nem bom, será feio e mau? Certamente que não. O não ser belo nem bom não implica necessariamente ser feio e mau, como o não ser sábio não implica necessariamente ser ignorante. Entre beleza e feiúra, bondade e maldade - como entre sabedoria e ignorância há meio termo, e este é o caso do amor. Por ele, não tem que considerar, como faz a opinião comum, como um grande deus, já que não se pode negar aos deuses a beleza e a bondade. Não é um deus, nem um mortal, é um grande Daimon, um intermediário entre deuses e mortais. A idéia é simples, o amor é o caminho, o elo de união com aquilo que chamamos perfeito, divino, formoso, serve de união e comunicação enchendo o vazio que existe entre o visível e o invisível. Por amor somos capazes de fazer e viver aquilo que o corpo biológico não pode conceber, é o heróico, por exemplo: por amor alguém deixa sua tranqüilidade e comodidade e entrega sua vida a serviço dos demais, seja curando enfermos, ensinando crianças. A atitude de serviço pode começar por varrer o chão, saber escutar ou resolver um problema ecológico, social, ou pôr um pouco de beleza física, de cortesia, são inspirações da consciência, do coração que não vem do materialismo egoísta, mas do amor.

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